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Celebrando a Paz e vivendo a Guerra em Moçambique

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Paz é a ausência da Guerra, através desta ideia pode-se perceber que as sociedades relacionam este conceito, o que Galtung (1969-1985) diz que a paz é a condição para transformar os conflitos de modo criativo e não em violência. A paz é um contexto para uma forma construtiva de abordar um conflito. Assim, segundo este autor os conflitos podem ser violentos e não violentos e que a Paz é uma forma construtiva de abordar um conflito. Apesar de distintas estas visões, convergem na medida em que a Paz é entendida como um momento sem conflitos violentos.

Em Moçambique os momentos de paz vividos pela população, são marcados por assinaturas de acordos políticos, tais acordos reflectem-se somente como acções políticas que a maior parte deles, não tem gerado uma externalidade positiva, porque não culminam com a construção da paz efectiva no país.

O país celebra a cada 4 de Outubro, mais um aniversário do Acordo Geral de Paz, que nos últimos 3 anos em linhas gerais centra-se no DDR (Desarmamento, Desmobilização e Reconciliação) da ala militar do partido Renamo, no último aniversário do Acordo Geral de Paz, nas celebrações, foram feitos discursos ligados ao suposto retrocesso no desenvolvimento económico, sustentado pelo atraso da exploração do gás natural nos locais de conflito armado na região norte do país.

Já passam 29 anos após a assinatura deste acordo, ainda é possível notar que o discurso sobre violência é recorrente em Moçambique. Para este ano, durante a recolha de dados sobre a violência no CEPCB, nota-se que nas comemorações do vigésimo nono aniversário do Acordo Geral de Paz, o discurso centrou-se nos conflitos armados em cabo delgado e não nos elementos de uma paz efectiva do país.

As celebrações a nível central (dirigidas pelo Chefe de Estado) assim como a nível provincial foram marcadas pelo relato de vários conflitos violentos, como ataques armados esporádicos na zona norte e centro do país. Tais relatos de forma clara não remetem o reavivar no Povo valores para a construção da Paz e reconciliação, o que demonstra uma fragilidade a nível nacional no reflectir em aspectos relacionados com a reconciliação nacional e a construção da Paz definitiva.

Talvez o mês de Outubro seria de reflexão sobre as nossas acções como cidadãos desta pátria, em relação a violência vivida em Cabo Delgado, na região centro do País e talvez nos casos de ataques esporádicos verificados na zona centro e norte do país.

Através do exposto acima, conclui-se que existe uma necessidade de uma nova abordagem de celebração da paz em Moçambique, visto que são recorrentes as situações de conflitos armados. Assim, é extremamente relevante uma análise sistemática sobre os processos de reconciliação e construção da Paz em Moçambique.

A relevância pressupõe-se não só para a mudança e construção de uma sociedade virada para paz, reconciliação, mais também porque estas questões proporcionam o bom funcionamento de um estado.

Por: Dilvan Chivangue

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